"Fui até o banheiro, fiz um chumaço de papel higiênico e tentei estancar o sangramento. Tirei o papel das minhas costas e dei uma olhada. Estava empapado. Peguei mais papel e segurei ali por algum tempo. Então peguei o iodo. Passava o remédio nas costas, tentando alcançar o local do machucado. Era difícil. Finalmente consegui. De qualquer modo, quem já ouviu falar de costas infeccionadas? Ou o cara vive ou o cara morre. As costas eram uma coisa que os idiotas nunca pensavam em amputar. Caminhei de volta para o quarto e me deitei na cama, puxando a coberta até o pescoço. Fiquei olhando para o teto enquanto falava com meus botões. Tudo bem, Deus, digamos que Você esteja mesmo aí. Foi você que me colocou nesta. Você queria me testar. E que tal se eu O testasse? E que tal se eu dissesse que você não está aí? Você já me expôs ao teste supremo me dando esses pais e estas espinhas. Acho que passei no Seu teste. Sou mais durão do que Você. Se Você tivesse coragem de descer aqui, agora, eu cuspiria na Sua cara, se é que Você tem cara. E Você caga? O padre nunca respondeu a essa questão. Ele nos disse para não duvidarmos. Duvidar do quê? Acho que você já passou dos limites comigo, por isso, desafio-O a descer até aqui para que eu possa aplicar meu teste em Você! Esperei. Nada. Esperei por Deus. Esperei infinitamente. Acho que peguei no sono."