segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O gosto do choro.

Ultimamente, o que mais vem me ocorrido é essa aflição de estar em qualquer ambiente social. Eu disse qualquer. Primeiramente, eu entro em um processo máximo de despersonalização e me disperso totalmente de tudo, meu corpo está presente naquele lugar, mas apenas como um corpo sólido, sem nenhum sinal de mente. Aquelas pessoas aglomeradas surgem como pessoas sem rostos, apenas vultos. Ninguém existe. Eu ouço o barulho, eles falam muito alto. Já estou afogando, afogando...Esse é o momento em que a ponta do nariz começa a arder e se avermelhar: ele está querendo sair. Pressiono fortemente meus olhos -euquerosairdaqui euquerosairdaqui. Finalmente em um estágio insuportável para um humano, eu corro. Procuro a liberdade. E encontro a liberdade com a solidão. Aí eu choro. Choro como uma criança escondida aterrorizada por monstros.