''Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga, nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos.'' O velho clichê de Clarice me define nesse aspecto.
Sempre tive poucos amigos. E isso em um espaço considerável de tempo: dezessete anos. As pessoas nunca me quiseram muito por perto e hoje, eu não as quero mais. Posso contar nos dedos, talvez feche uma mão em exato o número de amigos que eu já tive. Ou achava que tinha. Porquê amizade é algo complexo. Você se doa para as pessoas, mas nunca sabe de realmente as tem. Mas vou relevar e acreditar que tive uma mão fechada de amigos até os dias de hoje. Amizades das quais nunca passaram de dois anos. Aliás, eu nunca consegui manter qualquer tipo de relacionamento humano que fosse duradouro. E minha auto-crítica (sempre muito aguçada) faz com que eu me mutile por isso. Sempre carregando a culpa de um incerto porquê. Estou longe de ser definida como boa, ou coitadinha. E muito mais longe de ser santificada. Mas tudo que passei até hoje me faz desacreditar cada vez mais na suposta ''bondade'' das pessoas. Eu falo de tomar na cara mesmo, com tudo. Amigos parasitas (que se aproximam apenas para sugar você inteiro), amigos canibais (que se aproximam e querem devorar tudo que se encontra ausente neles) e amigos egoístas (que se aproximam apenas por conveniência própria). E a minha definição para amiga, qual seria? De um ponto de vista suspeito, acho que me encaixo da palavra própria, sem complementos. Não sei sugar pessoas, não sei corrompê-las, não sei não ajudá-las. Não sei brincar de amizade. Não sei, não sei, não sei.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Pequena alusão a pseudo-humanos.
Vomitado por charlotte sometimes às 00:13